"– É melhor para si
falar, conte-nos tudo o que sabe. – Disse o mais magro de modo muito sereno
Gil sabia que não tinha
muitas opções, teria que falar.
– Nesse dia acordei e
estava sozinho no mundo. – Disse
– Desenvolva,
desenvolva. – Ordenou o gordo
Gil descreveu
sucintamente o sucedido, era melhor despachar aquilo:
– Acordei como num dia
normal, mas tinha desaparecido toda a gente, a televisão não funcionava, a
internet não dava notícias novas, ninguém me atendia nem respondia às chamadas.
Depois fiquei em casa, de onde, de vez em quando ouvia carros a passar, vi
pessoas a ir buscar comida à loja em frente à minha casa, um dia um homem que
passava, viu-me na varanda e atirou uns tiros, felizmente não me acertou… –
parou por uns instantes, os tiros tinham feito marcas no exterior da varanda,
certamente que lá existiriam as marcas, poderia ser uma prova do que ele dizia,
mas seria melhor não mencionar isso, tal como os companheiros com quem dividiu
casa no último ano."
Do livro "Ao som dos tambores"
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