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Sinto-te fugir-me entre os dedos

Sinto-te fugir-me entre os dedos
como se  a leve brisa te levasse
E eu não mais escutasse
Os teus segredos

Escondes os teus olhos sob o pranto
Que teima em cair-te no rosto
E eu, com o meu sorriso posto
Que me reveste como um manto,
Canto cantigas de embalar
Como se a tua dor pudesse diminuir
Como se dela pudéssemos fugir
Para um qualquer infinito lugar

Lugar de tempo sem fim
Em que possa amar sem hora
Um lugar em que a esperança mora
E tu não possas viver sem mim

Até a lua,
quem sabe,
Até ao som,
como seria?
Até ao infinito e mais além…

E já não o sabe ninguém

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Texto: Susana Silva
Imagem: pixbay

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