Ao olhá-lo sentiu um aperto no peito e um assombramento. Fixou-se nos seus pés e nas suas pernas para não tropeçar. Deixou a dança terminar e afastou-se graciosamente da porta, desatando a correr logo que sentiu que ninguém a poderia ver. Fechou-se na enorme Biblioteca batendo a porta e ficando atrás como que a segurá-la, quando quem precisava de ser segura era ela mesma. O medo deu lugar a um pânico descontrolado que culminou num choro compulsivo que aumentava de intensidade à medida que se deixava escorregar pela porta. A música ao fundo, os risos e o barulho de festa infestavam o seu pensamento. Que estava a fazer? Quem era? O que iria ser de si? No instante anterior tinha mais do que alguma vez sonhara e agora todas as dúvidas assolavam o seu ser. Não podia casar com aquele homem, não o conhecia. O rosto belo, o ouro e o romantismo haviam toldado a sua razão. Tinha que fugir. Tinha que arriscar. Do outro lado da porta um bater suave: toc toc. Não abriu porque nem o ouv