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Beijo



Que perene esse teu beijo. Ajustado entre os sorrisos contidos e as faces coradas beijas-me em fuga, como se algo te pudesse prender para não mais te largar. Como tens razão, como anseio ter-te em meus braços entrelaçados, encontrados. Os sons da rua parecem a todos distrair, mas não a mim, nem a ti, que o vejo no brilho do teu olhar escondido, nos teus lábios intensos e no rubor da tua pele. Toco-te na mão, com  a minha, muito ao de leve e sinto que sentes o mesmo arrepio que ascende pelo meu corpo e não se dissipa no ar, quente… ou talvez frio, nem sei precisar. A tua mão estava gelada, e petrificada ficou na ânsia de um novo toque. E eu não te fiz esperar, amparei-te a mão. Nos dias seguintes amparei-te o rosto nos beijos em que me dava. Que perene esse teu beijo, que ainda agora se afastou de mim, e como uma onda te fez aproximar novamente. Beijo-te…

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Texto: Susana Silva
Imagem: pixbay

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