Entristece-me a tua ausência. Pode parecer uma dor pequenina
que no passar dos meus dias se dissolveria com a vida, mas não é. É uma dor
gigante do tamanho do que te suporta. Perdi-te. Quando foi que te perdi? Não
sei o dia nem a hora.
Há dias pareceu-me ver-te ao longe, camuflada na noite, mas
era apenas um vislumbre de ti. Não eras tu no teu todo. Partiste sem avisar, perdida
na penumbra dos dias mais cinzentos. Tive medo. Tenho medo. É assustadora a tua
ausência na minha vida, nas nossas vidas. E os dias vão passando e as pessoas
vão-se esquecendo de ti, da tua existência. Oh, que saudades dos teus sorrisos,
dos teus abraços, das tuas mãos e das tuas palavras doces. Fizeste-me acreditar
que era possível mudar o mundo. Sim, teríamos um mundo melhor. E eu lutei ao
teu lado no entusiasmo da juventude… mas tu… de mansinho desapareceste.
Sei que muitos, como eu, sonham encontrar-te nos dias, nas
horas. Mas perdeste-te. E talvez não saibas o caminho para casa. O caminho para
o coração. E conhecia-los a todos, percorreste, em formas, gestos e sentires
diferentes, todos os caminhos que iam dar ao coração. Onde estás, Humanidade?
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Texto: Susana Silva
Imagem: pixbay
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