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dois sentidos



Está escuro.
Sinto um imenso medo dentro de mim…
O corpo paralisado bloqueia-me a alma.
As feridas fecharam, mas ficaram as cicatrizes.
São aquilo que fui, são menos do que sou.
Agora, afastando-me dos meus caminhos
Fecho-me neste casulo
Metamorfoseando-me, neste silêncio que se faz.
Enquanto ouço a canção de embalar
Abro as asas, pesarosas e...
Lanço-me ao vento, num voo desconhecido.
Vejo-te ao longe e…
Ainda sonho alcançar-te.
És meu. És o meu amor.
Encontro-te e encontro-me.
Entrego-me sem demora
Ao sentir o teu doce beijo.
Aquece-me o corpo, imortaliza-me a alma
Sinto a ousadia dentro de mim.
Faz-se luz.

Instruções: ler de cima para baixo e/ou no sentido oposto

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Texto: Susana Silva
Imagem: pixabay

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