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em tempo de guerra




Inúteis mãos que nada fazeis. Inúteis palavras que de nada valeis. A dor que dilacera a carne que não é minha, desfaz o ser que sou. Pés que não vos pondes a caminho. Vozes que calam. Silêncios prolongados. Enquanto a humanidade se destrói por dentro, desgastada, estilhaçada, calada.
Gritai ó povos, gritai. Levantai-vos das cadeiras, levantais as vossas vozes. Uni-as e gritai. Não deixeis que a guerra continue a dilacerar os nossos corações. Não fecheis os olhos às imagens que não quereis ver.
São rostos que choram. Podia ser o meu ou o teu. Amarrados, enjaulados, mortos e abandonados. Sou eu e tu que morre em cada um deles. As palavras e as imagens que passamos à frente em publicações que não queremos ver. Vivendo num mundo imaginário, mas irreal e desumano.
Dai as mãos e abri o coração. Chorai as lágrimas que são de todos. Reparti as vossas capas, agitai as bandeiras do entendimento, apregoai a equidade e a paz.
Sem espadas, enchei o vosso alforge de perdão, paciência e amor e parti.


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Susana Silva

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