Avançar para o conteúdo principal

a fonte



A fonte secou


E nada mais brilhou.

Ficou a nascente sem parir
E até a foz deixou de existir.
No leito jazem os peixes moribundos
E as algas encorrilham como seres de outros mundos.

O sol torna as pedras do rio ardentes
E na margem, bebedouros secos e vidas ausentes.

Oh pérfida vontade de tudo teres e de em tudo estares
Oh eterno poder que desejas ter sem querer
Inundas o coração de tudo com a escuridão que de ti emana
E tudo arde até se extinguir num ocaso silencioso, o fim.
E tu… pacientemente vês a ruína que causaste
De cigarro na boca, sentado na rocha
Enquanto tudo sucumbe…

E a fonte secou.
E tudo morreu.
E o tu sou eu.

Comentários