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A humanidade ameaça perder (novamente) a sua humanidade



Em tempos de pandemia a humanidade mantém-se igual a si própria, enquanto uns cuidam e revestem de generosidade os seus dias outros destilam o preconceito e incentivam o que de pior a humanidade tem. Recentemente André Ventura atiçou a fogueira do racismo, com o seu discurso populista e ignóbil que quase já não surpreende, mas rapidamente a discussão alastrou para as redes sociais e até para alguns meios de comunicação social. Não comentei nenhuma discussão das dezenas que vi nas redes sociais, porque quanto a mim não há discussão e antes que me digam que todos têm direito à sua opinião, deixem-me lembrar que, também, todos têm direito ao respeito.

Mas as ideias desprezíveis e fraturantes são assustadoras. Rapidamente quem apregoa o racismo é o mais justo e aquele que defende a igualdade é o mais ignorante, porque nem deu nada para a escola e é só um jogador de futebol. E acrescentamos preconceito ao preconceito. E assim, de forma quase insciente, vociferamos uns contra os outros lançando perdigotos em discussões acesas.

Através da comunicação social vemos líderes do nosso mundo levados aos mais altos cargos pelo populismo, praguejam o absurdo, enquanto são entusiasticamente aplaudidos. Aqui a economia tem mais valor que a vida humana, e os mais desprotegidos “sempre têm de morrer de qualquer forma”. E estas ideias propagam-se como o mais temível dos vírus. Cuidado humanidade, que já foste por esse caminho… e foi um trajeto de dor e de sofrimento.

Pobre humanidade que aos poucos volta a perder a sua humanidade. Em tempos difíceis como estes que passamos, não se enganem, pois nem o arco-íris irá pintar os corações dos Homens da cor da igualdade.

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