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Medo



Parecia escuro mas era dia
Era uma dor imensa, mas o seu corpo dormente nada sentia
Sentia-se só mas tinha a multidão em redor
Sentia frio mas a sua pele refletia um sol abrasador
Os dias passando e as noites demoradas
Os meses seguidos com sensações intercaladas
Era um frio pequenino lhe queimava os ossos
E as suas finas esperanças ensombradas por pavores grossos

E seria normal não fosse a devassidão
O estado podre em que ficava o seu coração
E a sua alma pérfida quase esquecida
Faziam-na tremer na esperança desaparecida

Era só
Vivia com dó
Sentia-se a cair no precipício, segura por um dedo
Em todas as esquinas do seu corpo sentia medo

E aquele corpo angular
Entoava em coro sem par
Como o orvalho a gritar
E a pedir, para que o deixassem ficar.

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